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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

PROTAGONISMO JUVENIL?

Coordenação Arquidiocesana da Pastoral da Juventude 2013/2014



A expressão protagonismo está em voga. Inclusive no âmbito eclesial. O texto base da CF-2013 versa em seus objetivos que devemos ACOLHER os jovens no contexto de Mudança de Época propiciando caminhos para o seu PROTAGONISMO. Entretanto, não é qualquer protagonismo, dever ser no Seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na Construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da vida e da paz. 

Vejamos bem, se devemos propiciar o protagonismo juvenil temos de fazer uma autocrítica. Estamos nós favorecendo o jovem a ter AUTONOMIA? Estamos nós ajudando o jovem a perceber que só se é protagonista dentro dos valores evangélicos se estamos ligados a uma comunidade e assim ORGANIZADOS?


A autonomia e a organização são desafios enormes na questão de formação de jovens protagonistas. Sabemos que o jovem é uma pessoa que está ainda em fase de formação e suscetível a aprender bem como formar novos hábitos. No segundo objetivo específico da CF-2013 é destacada a possibilidade dos jovens participarem ativamente da comunidade eclesial e a mesma seja apoio e sustento na caminhada e assim poder contribuir com os dons e talentos que os mesmos possuem. 


É só dar uma volta em nossas comunidades e logo percebemos a presença da juventude. Alegria, sorrisos, agitação, criatividade, entusiasmo e ousadia são marcantes em comunidade onde os jovens são protagonistas. É obvio que em momentos haverá deslizes, haverá falhas, pois a moçada ainda está em processo de educação na fé e não pode ser cobrada como se já fossem adultos na fé.


O Documento nº 85 da CNBB que trata da Evangelização da Juventude na Igreja do Brasil aponta para a figura de uma pessoa adulta que possa ajudar esses jovens a fazer um itinerário para amadurecer na fé. São os assessores ou cuidadores da juventude. A espiritualidade do Assessor deve se guiar na máxima de João Batista: “É preciso que Ele cresça e eu diminua” (Cf Jo 3,30). Ao passo que o jovem vai amadurecendo na fé ele vai assumindo mais responsabilidade e assim vai sendo formado para autonomia. Formar pessoas livres e autônomas é um princípio cristão. 


O protagonismo quando não é fomentado na responsabilidade e na autonomia pode gerar pessoas fora dos valores evangélicos. Muita das vezes individualistas e materialistas. Por isso, incentivar e propiciar o protagonismo dos jovens não é deixar fazer o que quer, nem também deixar só para que se virem. É necessário acompanhar, para que depois de bem formados possam exercer seu protagonismo da forma mais cristã possível.

O Pe. Hilário Dick (SJ) primeiro assessor nacional do Setor Juventude, sempre nos alerta que a forma de ajudar o jovem a exercer seu protagonismo com maior excelência e na organização. Nesse sentido se notabilizou a Pastoral da Juventude por ter um dos seus pilares o Protagonismo Juvenil, aonde os jovens através de seus grupos de jovens vão despertando para a missão seja na Igreja, seja na sociedade. Quando os jovens começam a se organizar para além das coordenações dos grupos de jovens, estando presentes nas coordenações de áreas missionarias ou paroquiais, nas coordenações de setor, nas coordenações diocesanas ou prelatícias, regionais ou na coordenação nacional percebe-se que através dessa estrutura organizativa pode-se fomentar muito o Protagonismo Juvenil e de forma organizada e em comunhão eclesial. Vai-se descobrindo que o jovem pode assumir também a dimensão social da fé e também participar de outras organizações para o bem comum do povo e assim começamos a formar novos homens e novas mulheres para a vida eclesial e social.

A messe é enorme e faz-se necessário acolher e acompanhar a juventude e assim valorizarmos essa grande força da nossa Igreja que está para além de carregar cadeiras ou fazer limpeza. É dando oportunidade e espaço nas decisões e na vida comunitária que também formamos a juventude para o hoje e para o amanhã da Igreja e da Sociedade. Nossa Senhora de Nazaré, a jovem protagonista, interceda por nós e por toda a juventude!


Artigo publicado no Informativo Arquidiocese em Notícias Julho/2013