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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

DOCUMENTO 85 DA CNBB - EVANGELIZAÇÃO DA JUVENTUDE EM SUA 5ª LINHA DE AÇÃO FALA DAS ESTRUTURAS DE ACOMPANHAMENTO E O SETOR DIOCESANO DA JUVENTUDE



Na Igreja do Brasil o documento que está balizando a Evangelização da Juventude é o nº 85 da CNBB: Evangelização da Juventude – Diretrizes e Perspectivas. Esse documento é baseado no método VER-JULGAR-AGIR e o AGIR é dimensionado em 8 linhas de ação. A 5ª linha versa sobre as Estruturas de Acompanhamento, onde destacamos a criação de uma estrutura mais ampla de acompanhamento e, é bom ressaltar, de acompanhamento.


O Documento 85 nesta linha de ação traz duas vertentes. A primeira é fortalecer as estruturas organizativas, reforçada pelo nº 183: “A evangelização da juventude passa pelo fortalecimento das estruturas organizativas que acompanham os processos de educação na fé.” Não se pode pensar que o Setor Juventude cria um Marco ZERO na Evangelização da Juventude. Isso seria como jogar fora toda a história construída pela Igreja no Brasil. Só a Pastoral da Juventude na Arquidiocese de Manaus já tem quase 40 anos de missão. Para isso primeiramente devemos pensar em fortalecer as Expressões Juvenis já existentes em nossa Igreja Local. “A organização é um instrumento importante para a evangelização dos jovens, tanto para as pastorais da juventude como para os movimentos eclesiais. Ela garante a eficácia dos projetos de formação. Sem a organização, os grupos se fecham numa visão limitada e superficial. Não se despertam lideranças, e experiências valiosas nascem e morrem. Não se acumulam e não se sistematizam experiências.” (Doc. 85 nº 188)


A segunda vertente é organizar uma articulação. A CNBB propôs chamar Setor Diocesano da Juventude. É importante dizer que em nível nacional o Setor Juventude existe desde 1981 e, desde 2011 foi transformado em Comissão Episcopal Pastoral para Juventude. Até o início desse século o Setor Juventude Nacional cuidava mais da articulação das Pastorais da Juventude do Brasil (PJB) que era composta da: Pastoral da Juventude – PJ, Pastoral da Juventude Rural – PJR, Pastoral da Juventude Estudantil – PJE e Pastoral da Juventude do Meio Popular – PJMP. Com o advento do documento 85, o Setor Juventude Nacional começa também, além das PJ’s, se aproximar para trabalhar com os Movimentos Eclesiais, Novas Comunidades e Congregações Religiosas. “O trabalho em conjunto deve respeitar os carismas, mas, ao mesmo tempo, estabelecer algumas linhas pastorais comuns. Tanto as pastorais como os movimentos, novas comunidades e congregações religiosas precisam se conhecer mutuamente e, juntos, encontrar seu lugar na pastoral de conjunto da Igreja local, sempre em comunhão com as orientações específicas do bispo diocesano.” (Doc 85 nº 195)



ALGUNS CUIDADOS E DESAFIOS PARA O SETOR DIOCESANO DA JUVENTUDE

“Não se está propondo uma nova superorganização que promova muitos eventos e atividades, mas a unidade de todas as forças ao redor de algumas metas e prioridades comuns. Os eventos de massa são um exemplo de projetos que podem ser assumidos em comum.” (Doc.85 nº196) A Campanha Nacional Contra Violência e Extermínio de Jovens é uma atividade que poderia ser assumido por este setor.


Note que nossos pastores já nos alertam para a questão de se montar uma superestrutura. Dom Sérgio, nosso arcebispo, já destacava na última Assembleia Regional Norte I (AM/RR) do ano passado, de que não é concebível que tentemos controlar toda a ação evangelizadora da juventude, pois são plurais, muito diferentes em seus carismas e seria impraticável tal ação. Daí surgem várias confusões com a falta de clareza da proposta. Precisamos estar atentos às tentações do autoritarismo e do controle pesado sobre a Juventude.


A Comissão da CNBB orienta que se faça, somente, setor juventude em nível diocesano, para evitar a criação de uma “superorganização”, isso pode engessar o processo, ou mitigar as estruturas das próprias expressões juvenis já existentes. Devemos nos aprofundar no conhecimento da proposta, avançar de um diálogo frio ou superficial, pois nem todas as expressões juvenis veem necessidade dessa organização ampla. Isso não quer dizer que em nossas paróquias e áreas missionárias ou nos 12 setores da arquidiocese não se possa fazer a experiência da Pastoral de Conjunto. Aliás o Setor Juventude é isso: Pastoral de Conjunto.



COMO ESTÁ A ARQUIDIOCESE DE MANAUS

Há quase dois anos tem-se uma Comissão Pró-Setor Juventude em nossa Arquidiocese. Participam ativamente: Pastoral da Juventude (PJ), Movimento dos Focolares, Fraternidade Missionária O Caminho, Juventude Missionária, Ministério Jovem da RCC, Comunidade Despertai, Equipes de Jovens de Nossa Senhora e a Rede Inaciana de Jovens. Esta comissão começou suas atividades a partir de uma reflexão da avaliação do atual Plano de Evangelização da Arquidiocese de Manaus e assim com a passagem do Ícone de Nossa Senhora e da Cruz da Jornada Mundial da Juventude instaura-se esse processo. A comissão além da Peregrinação dos Símbolos da JMJ já também realizou: Estudo da CF-2014, Reflexões do Grito dos Excluídos em 2013, a 2ª e 3ª edição do Encontro dos jovens e crismandos com os bispos. Já havia uma reflexão pela opção do trabalho em rede para que não se sobrecarregasse essa articulação e não se comprometesse o trabalho específico de cada uma das expressões juvenis envolvidas. 


Convido a todos os agentes seja de pastorais, movimentos, novas comunidades, religiosos e clérigos a sentar e estudar junto com a juventude que você cuida o Documento 85 da CNBB, há ainda muitas outras riquezas nesse documento a serem apreciadas. Que São Luiz Gonzaga padroeiro da juventude interceda por todos nós que assumimos essa missão.


Texto Publicado em maio de 2015 no Informativo Arquidiocese em Notícias.